sábado, 29 de agosto de 2009

creio em deus

com todas as minhas forças por isso peçoa deus que elomine o meu caminho conce dendome dando a graça que tanto deseijo

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

1-Quem me vê dirá:não presta,
nem mesmo quando lhe fale,
porque ninguém traz na testa
o selo de quanto vale.
2-Sei que pareço um ladrão...
mas há muitos que eu conheço que,
sem pareçre o que são ,
são aquilo que eu pareço.
Comentário:
1 e 2-Não devemos julgar as pessoas pela aparência.
3-São parvos,não rias deles ,
deixa-os ser , que não são sós,
ás vezes rimos daqueles
que valem mais do que nós.
Comentário:
3-Não devemos fazer troça das pessoas que se calhar valem mais do que nós.
4-Não vás contar a ninguém
as histórias que não sabes,
nem assim entrarás bem
no lugar em que não cabes.
Comentário:
4-Não nos devemos meter nos assuntos que não nos dizem respeito.
5-Quem nada tem,nada come
e ao pé de quem de comer,
se alguem disser que tem fome,
comete um crime sem querer.
Comentário:
5-Não nos devemos queixar do que temos porque a muitos que têm menos do que nós.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

António Fernandes Aleixo




António Fernandes Aleixo (Vila Real de Santo António, 18 de Fevereiro de 1899 — Loulé, 16 de Novembro de 1949) foi um poeta popular português. Considerado um dos poetas populares algarvios de maior relevo, famoso pela sua ironia e pela crítica social sempre presente nos seus versos, António Aleixo também é recordado por ter sido simples, humilde e semi-analfabeto, e ainda assim ter deixado como legado uma obra poética singular no panorama literário português da primeira metade do século XX.


No emaranhado de uma vida recheada de pobreza, mudanças de emprego, imigração, tragédias familiares e doenças, na sua figura de homem humilde e simples, havia o perfil de uma personalidade rica, vincada e conhecedora das diversas realidades da cultura e sociedade do seu tempo. Do seu percurso de vida fazem parte profissões como tecelão, guarda de polícia e servente de pedreiro, trabalho este que, como imigrante, foi exercido em França.

De regresso ao seu país natal, restabeleceu-se novamente em Loulé, onde passou a vender cautelas e a cantar as suas produções pelas feiras portuguesas, actividades que se juntaram às suas muitas profissões e que lhe renderia a alcunha de "poeta-cauteleiro".

Faleceu por conta de uma tuberculose, em 16 de Novembro de 1949, doença que tempos antes havia também vitimado uma de suas filhas.

Alberto Caeiro





“Nascido em Maio de 1914 é mestre de todos os heterônimos”, Alberto Caeiro é o poeta que foge para o campo, tentando viver na mais absoluta depuração, como as flores, os regatos, os prados, etc., os quais obviamente são incapazes de refletir e questionar o mundo. Portanto, são felizes na sua própria inconsciência. Caeiro admira a Natureza e busca atingir a mesma impassibilidade dos elementos naturais. Para este heterônimo o mundo não encerra mistérios: Deus, metafísica.



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"Ao Entardecer"






Debruçado pela janela,


E sabendo de soslaio que há campos em frente,


Leio até me arderem os olhos O livro de Cesário Verde.


Que pena que tenho dele! Ele era um camponês
Que andava preso em liberdade pela cidade.


Mas o modo como olhava para as casas,
E o modo como reparava nas ruas


E a maneira como dava pelas cousas,
É o de quem olha para árvores,
E de quem desce os olhos


pela estrada por onde vai andando
E anda a reparar nas flores que há pelos campos ...


Por isso ele tinha aquela grande tristeza
Que ele nunca disse bem que tinha,
Mas andava na cidade como quem anda no campo
E triste como esmagar flores em livros E pôr plantas em jarros...

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"Ah!Querem uma luz melhor"
AH! Querem uma luz melhor que a do Sol!


Querem prados mais verdes do que estes!

Querem flores mais belas do que estas que vejo!
A mim este Sol, estes prados, estas flores
contentam-me. Mas, se acaso me descontentam,
O que quero é um sol mais sol que o Sol, O que
quero é prados mais prados que estes prados,
O que quero é flores mais estas flores que estas
flores - Tudo mais ideal do que é do mesmo modo e da mesma maneira!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Álvaro de Campos





Álvaro de Campos (1890 - 1935) é um dos heterónimos mais conhecidos de Fernando Pessoa. Este fez uma biografia para cada um dos seus heterónimos e declarou assim que Álvaro de Campos : «Nasceu em Tavira, teve uma educação vulgar de Liceu; depois foi mandado para a Escócia estudar engenharia, primeiro mecânica e depois naval. Numas férias fez a viagem ao Oriente de onde resultou o Opiário. Agora está aqui em Lisboa em inactividade.»



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"Ah, um Soneto"

Meu coração é um almirante louco



que abandonou a profissão do mar



e que a vai relembrando pouco a pouco



em casa a passear, a passear ...
No movimento (eu mesmo me desloco



nesta cadeira, só de o imaginar)



o mar abandonado fica em foco



nos músculos cansados de parar.
Há saudades nas pernas e nos braços.



Há saudades no cérebro por fora.



Há grandes raivas feitas de cansaços.
aw Mas — esta é boa! — era do coração



que eu falava...



e onde diabo estou eu agora



com almirante em vez de sensação? ...
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"Conclusão a sucata !"



Fiz o cálculo, Saiu-me certo, fui elogiado...



Meu coração é um enorme estrado Onde se expõe um pequeno animálculo...
A microscópio de desilusões Findei, prolixo nas minúcias fúteis...



Minhas conclusões práticas, inúteis...



Minhas conclusões teóricas, confusões...
Que teorias há para quem sente O cérebro quebrar-se, como um dente Dum pente de mendigo que emigrou ?
Fecho o caderno dos apontamentos E faço riscos moles e cinzentos Nas costas do envelope do que sou...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Ricardo Reis



Ricardo Reis (1887 - 1936) é um dos três heteronimos mais conhecidos de Fernando Pessoa. Nascido na cidade do Porto. Estudou num colégio de jesuítas, formou-se em medicina e, por ser monárquico, expatriou-se espontaneamente desde 1919, indo viver no Brasil. Era latinista e semi-helenista.


A poesia de Ricardo Reis é constituída com bases em ideias elevadas e odes, ou seja, na poesia de Reis é constante o Neoclassicismo. Para finalizar, podemos concluir que através da intemporalidade das suas preocupações, a angústia da brevidade da vida, a inevitável morte e a interminável busca de estratégias de limitação do sofrimento que caracteriza a vida humana, Reis tenta iludir o sofrimento resultante da consciência aguda da precariedade da vida.




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"A cima da Verdade"
Acima da verdade estão os deuses.
A nossa ciência é uma falhada cópia
Da certeza com que eles
Sabem que há o Universo.
Tudo é tudo, e mais alto estão os deuses,
Não pertence à ciência conhecê-los,
Mas adorar devemos
Seus vultos como às flores,
Porque visíveis à nossa alta vista,
São tão reais como reais as flores
E no seu calmo Olimpo São outra Natureza.

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"As Rosas"
As Rosas amo dos jardins de Adônis,
Essas volucres amo, Lídia, rosas,
Que em o dia em que nascem,
Em esse dia morrem.
A luz para elas é eterna, porque
Nascem nascido já o sol, e acabam
Antes que Apolo deixe
O seu curso visível.
Assim façamos nossa vida um dia,
Inscientes, Lídia, voluntariamente
Que há noite antes e após
O pouco que duramos.